25 setembro 2020

regressar

Saímos da Bretanha faz hoje uma semana. Nesse dia o Joachim ainda começou a fazer a experiência que o levara a Brest, e só foi possível iniciar nas últimas horas da nossa estadia. Enquanto isso, eu meti a nossa tralha no carro e entreguei o apartamento. Assim terminaram seis meses de Rue de Pontaniou, mesmo em frente ao rio de Brest, a duas docas secas da Marinha, e à luz do céu bretão.

Saímos da Bretanha pela praia de Brignogan, o farol de Pontusval e Dinan. No caminho para a praia ultrapassámos um casal que ia num carro antiquíssimo, lindo. 



O mar de Brignogan estava verde e encapelado. Desistimos de um último banho em Finisterra. Limitámo-nos a mergulhar os olhos na beleza dos lugares. Exaltados e mudos, a repetir como um mantra: "até já, até já, até já".





Dormimos em Dinan, num hotel junto à muralha. Na manhã seguinte levantamo-nos cedo para ir dar uma voltinha pela cidade antes de partir para a Alemanha. Mas chovia tanto que regressámos apressadamente ao hotel para mudar de roupa e sapatos antes de seguir caminho. Havemos de voltar a Dinan num dia de sol. 

Visitámos a família no sul da Alemanha, e chegámos a Berlim no domingo à noite. Mas não se regressa de sete meses - e de um confinamento - como se saiu. Desta vez está a ser difícil juntar todos os meus bocados. Ontem fui ao centro de Charlottenburg, e não senti esta cidade como minha.
Que é que estou a fazer aqui? 

Esta noite, a chuva de Dinan chegou a Berlim. Pode ser que traga algumas das parcelas de mim que ficaram pelo caminho.