20 julho 2020

"unissexo" (2)

Partilho o post da Ana Martins, uma das colegas da Enciclopédia Ilustrada:


A roupa #unissexo surge nos EUA nos finais dos anos 60. Estava na moda a ideia da juventude rebelde que quebra padrões - e nada mais jovem e mais rebelde que quebrar as barreiras de idade, género e classe social. Juntando a isto as roupas que dois jovens actores, Dean e Brando, usavam no grande ecrã na década anterior, assim surgiram as duas primeiras peças unissexo, as T-shirts e os jeans.
Todo um novo conceito de liberdade estava aqui implícito. "No sentido óbvio, unissexo significava libertação do género, mas, mais importante, a sua associação com o futuro - ao rejeitar as hierarquias tradicionais e as atitudes antiquadas - fez dele uma importante força motriz da moda".
Um dos designers que mais promoveu a noção de unissexo, querendo retirar a noção de vergonha e de sexualização do corpo humano que, segundo ele, tirava o foco do essencial, o humano que o habitava, (não há como não gostar deste homem!), foi Rudi Gernreich, um jovem judeu austríaco que fugiu com a mãe para L.A. no início da II GG.
Uma crítica de moda escreveu que Gernreich "tinha dois objectivos para os seus projectos: um era criar roupa moderna 'para o século 20 e além' e o outro tornar-se 'um comentarista social, que apenas passou a trabalhar no meio de roupas'. Bom, no primeiro falhou redondamente. Melhor, falhámos nós enquanto sociedade: já estivemos lá, já estivemos no caminho certo, mas decidimos voltar bem atrás no caminho e escolher a via da diferenciação, o que alegremente nos levou a estereótipos de género que hoje cultuamos (como somos burros!!!)
Foto: Outra das (muitas) inovações dos anos 60 foi o futurismo, e como se imaginava a evolução do Homem depois da conquista da Lua. Os modelos unissexo de "Espaço 1999" foram criação de Gernreich.


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