17 fevereiro 2020

the show must go on




Profundamente confrangedor e embaraçoso: a insistência dos que tentam demover Marega da sua decisão de abandonar o jogo.

Bem sei que naquele momento as equipas têm a adrenalina a mil, e que só estão focadas numa coisa: fazer o melhor jogo possível. Mesmo assim, não deviam ter pressionado daquela maneira uma pessoa que estava a ser vítima de um ataque racista tão aviltante.

A boa notícia é: a luta contra o racismo está a ganhar. É o facto de se condenar abertamente o racismo que deu força a este jogador para sair do campo e não se sujeitar àquilo. Este processo chegou a um ponto de não retorno. Da próxima vez, ninguém vai tentar impedir a vítima de tomar uma posição clara de recusa. Bom seria que houvesse em campo alguém capaz de tomar a decisão de parar o jogo enquanto a polícia não levar os provocadores racistas para fora do estádio.

[ O Mário Machado, o que há tempos foi ao programa do Goucha dizer que é preciso recuperar os valores de Salazar, já tem um vídeo a dizer que insultos fazem parte do jogo de futebol, e que se fosse gordo lhe chamavam gordo e que se tivesse o pescoço alto lhe chamavam girafa, portanto ele que não se arme em esquisito porque apenas foi insultado como é normal fazer-se durante um jogo de futebol. Também por causa desta mensagem é fundamental que doravante se interrompam os jogos onde estes ataques acontecerem. ]

1 comentário:

Jaime Santos disse...

Aqui há uns anos, o Guardian noticiou que na Itália, onde o racismo nos estádios abunda, uma equipa inteira abandonou o campo do adversário quando um dos seus jogadores sofreu insultos racistas. Se o Porto tivesse feito isso (e o Guimarães a seguir perdesse o jogo na secretaria, naturalmente) é que tinha sido muito bem feito...