19 dezembro 2019

mais notícias da minha aldeia

Estou (mais uma vez) a pensar que Berlim tem quase 4 milhões de habitantes, e eu me sinto numa aldeia.

Há dias, por exemplo: no regresso do ensaio do coro, no centro da cidade entrei no autocarro onde vinha uma vizinha nossa (o mais interessante desta coincidência: é a chefe de um projecto da Siemens com um orçamento de 3 mil milhões de euros; claro que tinha dinheiro para pagar o táxi, mas usar o autocarro é menos mau para o clima. No caminho para casa contou-me que tem um híbrido com capacidade de bateria suficiente para levar a filha à escola, ir trabalhar, e voltar para casa - é quanto basta; e estão a pensar vender o carro do marido porque a família não precisa de dois carros).

Ou ontem, por exemplo: tentei comprar bilhetes para o Oratório de Natal na Kammermusiksaal, no dia 23, e já estavam praticamente esgotados na venda online. Em desespero de causa telefonei para o escritório da agência. Apresentei-me com o apelido do Joachim, porque os alemães ficam um bocado à rasca quando ouvem "Araújo" ao telefone, e a senhora riu-se: "ah, que bom ouvi-la de novo! Somos vizinhos do Matthias!", e eu "em Wedding?" e ela "não, em Zehlendorf" - estava a falar do ex-marido de uma prima do Joachim. O apelido é raríssimo (não deve haver mais de 50 deles na Alemanha inteira) e em Berlim há logo dois com nomes iguais.

Hhavia bilhetes, e até a um preço bem aceitável.
Já disse que Berlim me parece uma aldeia? Eles mandam os bilhetes para casa das pessoas, juntamente com a factura para pagar.


O que se segue já não é sobre Berlim ser uma aldeia, mas também é importante: agora que já comprei os 8 bilhetes que queria, em lugares bons e a preços entre 14 (crianças e estudantes) e 19 euros, aviso quem estiver em Berlim que o melhor do vosso Natal pode começar já no dia 23 de Dezembro às 15:30. Cantam os Cantores Minores e o Monteverdi-Chor Berlin, e também a minha queridíssima solista soprano Marie Luise Werneburg.
O telefone é: 030 80908070
(Não me pagam comissão, mas deviam)

 

1 comentário:

Jaime Santos disse...

Wilmersdorf, também chamado 'Rentnersdorf' no tempo em que lá vivi, era mesmo uma aldeia (dos reformados :-) )...

Viva Berlim!