15 janeiro 2019

triplos mortais à retaguarda

Ontem publiquei neste blogue uma síntese de um artigo do Spiegel, que me pareceu interessante para em Portugal tomarem conhecimento da realidade alemã no que diz respeito a um tema que de momento se debate em Portugal. Ao fim do dia descobri que esse post tinha sido apagado.

Como o texto não está disponível gratuitamente online, admito que a empresa tenha usado um programa qualquer para "varrer" a internet e apagar automaticamente todos os textos que tornavam esses conteúdos acessíveis.

[NOTA POSTERIOR À PUBLICAÇÃO DESTE POST: a Rita Dantas afirma que não é possível ao Spiegel "varrer" a internet e apagar posts do tipo do meu. De modo que equaciono outras explicações: apaguei sem querer, ou o blogger apagou, por erros de formatação. Contudo, não vou alterar o texto deste post, porque o temor de um dia destes levar uma penalização exemplar se mantém.]

Confesso que já esperava algo deste género, e temo até algo pior: que me obriguem a pagar multas por usar conteúdos sem autorização. Conheço vários casos de pessoas que tiveram de pagar centenas de euros por terem partilhado uma fotografia que não era delas.

Pedir autorização para traduzir e publicar é fácil, e já o fiz há tempos. O problema é que até hoje não recebi resposta. 

De modo que junto a falta de resposta e a eliminação do meu post, e aprendo a lição: não voltarei a fazer traduções de artigos de revistas e jornais alemães. De hoje em diante, farei apenas menções muito sintéticas.

Se passar por aqui alguém que esteja em posição de mudar alguma coisa no modo como a Europa funciona, gostaria de chamar a sua atenção para este assunto: para que haja uma verdadeira União Europeia, é fundamental que saibamos uns dos outros. Percebo que os jornais e as revistas precisem de ganhar o suficiente para pagar aos seus jornalistas. Mas o trabalho destas pessoas que introduzem perspectivas de outros países no debate ou na informação que ocorrem no seu próprio país é um elemento muito positivo para aproximar os europeus uns dos outros, alargar horizontes e reduzir preconceitos.

(Há dias em que penso que os meios de comunicação social - e, já que estou com a mão na massa, as redes sociais - deviam ter financiamento público, mas independente dos governos. E não deviam poder receber financiamento de publicidade nem grandes donativos de uma pessoa ou entidade privada. A ver se os critérios do serviço público e da defesa da Democracia voltavam a ocupar o centro das atenções, em vez dos triplos mortais à retaguarda que são a guerra das audiências e a luta pela sobrevivência económica.)

(Dirão: ah, mas e como é que garantes a independência dos meios de comunicação social e das redes sociais? Responderei: qual independência? Que independência é possível quando não se sabe como pagar os salários no fim do mês, ou quando se quer aumentar o valor da acção da empresa?)

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