02 janeiro 2019

e a sim vai o mundo



Christian Stöcker, um dos meus colunistas favoritos no Spiegel, deitou contas ao ano 2018: falou dos horrores que nos têm tirado o sono, mas também daquilo de que raramente nos lembramos:

- a taxa de mortalidade infantil está a descer em praticamente todos os países do mundo;
- o número de pessoas que vivem em pobreza extrema está a baixar;
- também os números relativos a doenças como a tuberculose e a malária estão a baixar;
- há cada vez mais pessoas que aprendem a ler - e ficam, portanto, em melhor posição para se informarem e tomarem decisões;
- há cada vez mais raparigas que vão à escola - pelo menos à escola primária;
- no encontro de Katowice um grande número de Estados concordou em empenhar-se para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito de estufa, de modo a conter o aquecimento global, e acordaram-se formas de medir os resultados desses esforços.

Esta mudança de perspectiva lembrou-me uma frase que li algures, sobre os nossos passos seguirem o rumo que os olhos apontam.

Neste 2019 novinho em folha, há que pôr os olhos no rumo que queremos dar ao mundo: em vez de nos concentrarmos no repúdio pelos Trumps, Bolsonaros e Farages, sejamos capazes de olhar e de nos alegrar por cada passo dado em direcção à solidariedade, à justiça social e à paz. Acredito que, se nos congratularmos mais e mais abertamente pelo que conseguimos construir de positivo no nosso mundo, haverá menos medo e pessimismo (pumbas!, primeira lapalissada do ano!) - ou seja: menos razões para votar nos Trumps, nos Bolsonaros e nos Brexits.

A sim, 2019 será um ano bom.

Bom ano para todos.


3 comentários:

Lucy disse...

Amen!

jj.amarante disse...

Depois de ouvir tanta censura às pessoas que nas redes sociais se limitam a visitar sites e a receber e-mails de informação que gostam, se bem que quase sempre falsas quase que senti uma pequena apreensão ao comprar o último livro do Steven Pinker "O iluminismo agora" que mostra que a realidade não é tão negativa como a descrevem os meios de comunicação social que conseguem sobreviver com finanças equilibradas.
Julgo que há mesmo assim uma diferença, a maior parte dos bons meios de comunicação social de qualidade relatam a realidade mas com uma polarização para as notícias negativas enquanto as campanhas políticas relatam uma percentagem elevada de falsidades.
Falei uma vez sobre "As Notícias: Um manual de utilização" do Alain de Botton aqui:
https://imagenscomtexto.blogspot.com/2015/05/alain-de-botton-as-noticias-um-manual.html

Helena Araújo disse...

Também estou convencida que a realidade não é tão negativa como a descrevem.
Mas a negatividade das notícias e dos comentáriso condiciona-nos: há tempos uma amiga minha dizia-me que os refugiados na Alemanha são um problema. Perguntei-lhe que problema, e ela não sabia. Disse-lhe que vive numa cidade onde há imensos refugiados, e perguntei-lhe se já tinha tido algum problema com um deles. "Não", foi a resposta.
Mas "são um problema"...
Anotei esse livro do Botton. Tem ar de ser muito bom.