18 julho 2018

n't


Podia ser uma sitcom, mas é o presidente do país mais poderoso do mundo: na presença de Putin disse que não tem motivos para acreditar na interferência da Rússia nas eleições dos EUA, uma vez que o Putin foi muito assertivo quando a negou; e de volta a casa, tenta corrigir os estragos com uma desculpa esfarrapada: onde estava "would" era para estar "wouldn't".
E corrige-se lendo atentamente o que está escrito num papel, para ter a certeza que diz o que lhe mandaram e não o que está a pensar (e mal tira os olhos do papel logo lhe cai a máscara).

Quem quer acreditar, acredita. Os outros ficam ainda mais perplexos, furiosos e tristes.

Trevor Noah, Jimmy Kimmel e Stephen Colbert alertam - mas, como numa sitcom, o mundo ri-se, e fica pronto para a cena seguinte.

Ultimamente tenho-me lembrado muito do papel fundamental do humor como válvula de escape para a tensão, que nos ajuda a aguentar por mais algum tempo situações que racionalmente temos por inaceitáveis. Será que, sem este tipo de programas, já teria deflagrado uma guerra civil nos EUA?

 








2 comentários:

Paulo Topa disse...

Concordo totalmente com a parte do humor. O pessoal ri-se do Trump e isso diminui imenso a importância do que ele faz (verdade seja dita que não é só em relação a ele). O humor não deve afastar-nos do essencial mas tem tido esse efeito secundário que, por vezes, tenho dúvidas que seja secundário.

Helena Araújo disse...

Os nazis permitiam certas anedotas contra eles, porque sabiam que a libertação da tensão era positiva para eles continuarem no poder. :(