18 maio 2018

hoje acordei salomónica

(escrevo muito depressa, antes de pensar duas vezes, para não correr o risco de ter de desistir desta ideia brilhante antes ainda de a escrever)

Dado que a situação actual entre Israel e os palestinianos é um beco sem saída cada vez mais comprido, e dado que ambas as partes estão bem conscientes disso, proponho que se faça partilhas de lotes como nas heranças ou como nos acordos de escavações arqueológicas: os israelitas dividem a região em duas áreas de valor igual, dividem Jerusalém também em duas partes, e os palestinianos escolhem desses lotes aqueles em que querem fazer o seu país e a sua capital. Ou ao contrário: os palestinianos dividem e os israelitas escolhem.

E depois fazem dois países independentes, com capacetes azuis a substituir as forças armadas de uns e outros, e forças policiais reforçadas por equipas internacionais para impedir pogroms contra as minorias estrangeiras.

(agora volto para a cama, para continuar a sonhar)


6 comentários:

Paulo Topa disse...

Tem a certeza absoluta que não escreveu isto enquanto estava a sonhar? O sonambulismo existe.... a minha infância que o diga!

Mas era bom.... Mas meio/meio, ainda assim, era injusto para a Palestina.

Paulo Topa disse...

Helena Araújo disse...

Acho que estava acordada. :)
Os palestinianos já perderam dois terços do território há setenta anos, e agora não devem ter nem 1/20 do total. A tendência é para correrem com eles até ao último. Esta solução é muito menos injusta do que a situação actual e o rumo que isto leva.
Além disso, um dos factores que impede a solução dos dois Estados é o direito de regresso de todos os refugiados noutros países. Voltarem a ter metade daquele território para fazerem nele o seu país era um ganho enorme. E sendo um país palestiniano, os refugiados no estrangeiro podiam voltar para essa parte do território.
Para os palestinianos, era uma solução muito melhor que o pouquíssimo a que estão actualmente remetidos. Penso que teriam todos os motivos para aceitar.
Israel é que só aceitaria esta solução se o país fosse pressionado pela comunidade internacional sem qualquer margem para dúvidas.

Helena Araújo disse...

Em termos de territórios, estamos a falar disto:

https://mariaenpalestina.files.wordpress.com/2016/11/palestina-espacio-territorio630.jpg?w=747&h=408

Paulo Topa disse...

Afinal, a sua proposta ainda é mais igualitária que a das Nações Unidas que propuseram 53% para judeus e 47% para palestianos. Mas os dois lados parece que não gostaram muito da proposta, tendo contudo o "lado" judeu aceitado a proposta.... O que seguiu é mais ou menos o que se conhece.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_da_ONU_para_a_partilha_da_Palestina_de_1947

Helena Araújo disse...

Vejamos: em 1947 os judeus nem sabiam se iam conseguir ter país, e estavam instalados numa porção ínfima do território total. Darem-lhes metade do território era um presente enorme. Agora, é ao contrário: os palestinianos estão a ser vítimas de um processo de expulsão, por parte de um país muito poderoso e com alianças internacionais fortíssimas.
Outra questão: essa divisão em 1947 não repartia de modo equilibrado os territórios férteis entre os dois grupos.
A única maneira de conseguir que essa repartição seja equilibrada é deixar que um dos lados desenhe as fronteiras, e que o outro lado escolha que metade quer.