23 junho 2017

a Leste nada de novo

Traduzo um post que encontrei no blog do Wladimir Kaminer:


"Desculpe a pergunta: o senhor é o Wladimir Kaminer?" - o revisor do comboio reconheceu-me. "Adoro o seu humor, eu próprio venho da Silésia, ou seja, também sou estrangeiro, tenho muitos livros seus! Tenho Os Malditos da Taiga, o Soviestão, o A Leste Nada de Novo... Fantástico! Maravilha!"
Queria recomendar-lhe ainda o Guerra e Paz, outro dos meus livros, mas preferi ficar calado devido à falsa modéstia. Durante o resto da viagem fiquei a pensar no terceiro livro mencionado por ele. Vejamos: o primeiro é Konsalik, que escreveu mais sobre a taiga que a associação de escritores russos inteira. Na taiga de Konsalik, à sombra de cada árvore havia sempre uma Natascha. Ou uma Tamara ou uma Ninotschka. O segundo é o livro norueguês de Erika Fatland, um belo livro, cheio de vivacidade. E o terceiro? Que raio era aquilo? Chegado a casa, googleei e encontrei apenas isto: "A Leste Nada de Novo: ofertas e honrarias dos magistrados romanos no Leste do Império Romano, desde o final do séc. III a.C. até ao fim da época de Augusto".
O revisor do comboio devia ser um historiador do caraças.  



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