10 fevereiro 2017

"on body and soul" - Berlinale 2017






O filme húngaro On Body and Soul conquistou-me logo nas primeiras imagens, de incrível beleza e doçura. O contraste destas com as cenas seguintes, num matadouro de Budapeste, é doloroso. Mas muito adequado a um filme que tem por tema a impossibilidade da empatia. A história vai crescendo com suavidade, alternando a limpidez do onírico com o jogo de reflexos que impede a câmara de tocar as pessoas na sua realidade. O ruído visual sublinha a distância entre as pessoas desencontradas, sem impedir a ternura e o humor com que o filme relata a dificuldade da aproximação.

Nas entrelinhas, o filme revela uma sociedade de mulheres emancipadas e sem grande demarcação de classes, na qual as pessoas não se definem pelo que fazem e pelo poder do seu cargo, mas pelo que são e têm para dar.

E revelou-me também uma cantora que não conhecia, e quero investigar. Laura Marling, com a canção que se pode ouvir neste link.


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