07 fevereiro 2017

como resolver alguns problemas actuais em apenas dois passos

Primeiro passo: fazer e divulgar muitas piadas como esta, repetir sempre "presidente Bannon". Ferir profundamente o narciso e depois escarafunchar-lhe nas chagas.



(A propósito: no Verão passado, quando Trump trouxe Bannon para a sua campanha eleitoral, este disse em entrevista à Vanity Fair que Trump é um “blunt instrument for us”. Estava escrito...
Li o artigo da Vanity Fair sobre Bannon: tudo aquilo a que estamos a assistir foi anunciado (veja-se o filme que está nessa página), e a Democracia americana deixou acontecer. Do mesmo artigo, quando ainda ninguém acreditava numa vitória de Trump: "It is likely that Bannon’s political calculus here, if not Trump’s, will be less about winning an election that seems a bit out of hand and more about cementing an American nationalist movement.")


Segundo passo: depois de Trump se ver livre do seu dono (e parece que está para breve, pelo que me apresso a publicar este post antes de ser de novo ultrapassada pelos acontecimentos), provocar-lhe um burn out. Isso será bastante fácil - basta dirigir-lhe frases com mais de cinco palavras, e juntar duas ou três ideias diferentes na mesma alocução.


E agora, muito a sério: talvez Bannon seja afastado em breve. Talvez o sistema e a sociedade civil consigam obrigar Trump a ser mais comedido, talvez consigam mesmo afastá-lo. Mas há muito mal já feito. A sociedade - e não apenas a sociedade americana - já retrocedeu várias décadas em termos da decência no discurso público e do reconhecimento dos direitos civis. A derrapagem é de tal modo grande que muitos dos anúncios que passaram no Super Bowl 2017, anúncios que até há pouco tempo - na altura em que foram rodados - se baseavam nos valores de que a sociedade americana mais se orgulhava, ao fim de duas semanas de Trump parecem sinais corajosos de resistência e provocação ao poder político.


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