10 abril 2016

"um bocadinho de trabalho de integração"

"Ontem fiz um bocadinho de trabalho de integração", contou a minha filha.

Se querem saber tudo: no centro de refugiados onde vai trabalhar várias vezes por semana conheceu um rapazinho iraquiano de cinco anos, amoroso. A família mudou agora para outro centro, e ela foi visitá-los.

Se querem saber mesmo tudo: foi comprar um ramo de flores para levar à mãe, que está grávida, e desabafou com a florista que a sua colega do apartamento tinha levado o chocolate que ela queria dar ao miúdo. A florista ofereceu-lhe as flores, e disse-lhe que assim já podia comprar outro chocolate.

Lá foi ela para o novo centro, onde a família conseguiu um quarto inteiro só para si, e depois foram passear num parque. Às tantas viram um casal gay a passar, e a mãe comentou algo do género "ai que nojo". Com toda a calma, com um sorriso, e sem julgar, a minha filha explicou que na Alemanha é normalíssimo haver casais gay.

Trabalho de integração pode ser tão simples como isso: com calma, com um sorriso, e sem julgar.


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