09 fevereiro 2016

é uma pena não deixarem que Berlim mande em Portugal... ;)






As conclusões do encontro e do debate de ontem com a Marisa Matias podiam ser sintetizadas desta forma: se deixassem Berlim mandar em Portugal, íamos ter uma presidente da República fabulosa.

Depois do encontro improvisado com um grupo de portugueses e do debate de pré-lançamento do DiEM 25, vendo-a participar com inteligência, humor, capacidade de ouvir e de dialogar, e sobretudo ouvindo o que dizia, fiquei a pensar que não estamos perante uma mulher que vai longe, mas perante uma pessoa que nos leva longe.

O debate de ontem pode ser visto aqui (começa a 6:35):



A sessão de lançamento do DiEM 25 - Democracy in Europe Movement 2025 foi hoje. Em breve vai estar disponível online.

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E agora, para quem quer saber tudo tudo tudo (ou quase tudo, vá) o que não se vê no vídeo:

Quando soube, na véspera, que a Marisa Matias vinha a Berlim e gostava de estar com portugueses, e me dei conta de que havia portugueses que queriam encontrar-se com ela, mas não sabiam como, telefonei ao teatro, perguntei se nos podíamos encontrar na cantina (e já agora, se nos deixavam assistir ao debate) (não, não deixavam, foi a resposta - a sala é demasiado pequena), e dei a notícia nas redes sociais. Não há dúvida que os portugueses são campeões da flexibilidade: tendo em conta que o aviso foi feito 5 horas antes do início do encontro, ainda se juntou um belo grupo. Com uma piscadela de olhos brindámos à nossa presidente (foi quem teve maior número de votos em Berlim), a que se seguiu uma conversa séria e franca. Pouco antes do início da sessão, o Varoufakis apareceu na cantina (mas - aviso já as minhas amigas mais cuscas - fizemos todos de conta que não vimos, e ninguém gritou "faz-me um filho" nem nada). Provavelmente incomodado com a nossa indiferença (nós somos óptimos a disfarçar os olhares de raio-X pelo canto do olho), veio até à nossa mesa, e disse, muito simpático, "Hello, I'm Yanis". Cumprimentámos amavelmente, conversámos um bocadinho com ele, portámo-nos muito bem. Excepto uma mocinha do grupo, não vou dizer o nome, que lhe foi pedir bilhetes para nós todos, para a sessão de hoje (*). Mas estavam esgotados há quatro meses, e por isso não nos deu nenhum. Para que conste que o Varoufakis não faz milagres.
O meu contacto no Volksbühne também apareceu, e disse-nos que havia lugar para nós na sala, e podíamos assistir ao debate. De modo que eu escrevi um sms ao Joachim a dizer "Estou com o Varoufakis. Não sei quando chego a casa. O jantar está no forno" e fui com os outros assistir a um debate no qual a Marisa Matias nos encheu de orgulho.
Depois fui para casa, onde encontrei a família toda ainda a conversar à mesa, contei-lhes a minha aventura, e com tanto entusiasmo que da próxima vez já sei que o sms vai ser assim: "Estou com a Marisa Matias. Não sei quando chego a casa. Venham vocês depressa ter connosco!"


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