28 setembro 2015

eclipse


(trouxe a foto do Spiegel - vá-se lá saber porquê (!!!), de manhã, 
quando tentei ver as minhas, estava tudo preto)

O despertador tocou às cinco. Para ver a lua de sangue subimos ao terraço no telhado: o céu sem nuvens, aqui e ali uma estrela muito nítida, a lua com ferrugem. Tentámos aldrabar umas fotografias, fomos vencidos pelo frio, voltámos para a cama. Descobrimos que bastava subir a persiana do nosso quarto para ver a lua, deitados no quentinho. Verifiquei a cor, dormitei, abri um olho e estava em lua nova, dormitei, abri o outro olho e a mancha branca alastrava. Da última vez que controlei, já só tinha um pequeno naco escuro. Achei que a partir dali ela já se desenrascava sozinha, e voltei a adormecer. O pior foi levantar de manhã em trajes como direi, e ter a persiana subida.
Começámos o dia estourados. Que raio de ideia fazerem o eclipse da lua a esta hora! Não podiam fazer a uma hora mais confortável – ao almoço, por exemplo?

Como em 1999, no eclipse solar. Foi às dez da manhã, fiz gazeta ao trabalho e os miúdos ao jardim infantil, e fomos para um parque. Para lhes poupar os olhos, obriguei-os a ficar de costas para o sol. Em compensação não poupei a máquina fotográfica, que foi daquele eclipse directamente para os anjinhos. O dia estava enevoado, pelo que às vezes, quando as nuvens passavam em frente ao sol, deixava os miúdos darem uma espreitadela. Com os óculos de protecção, claro.

(Fico aqui a pensar se os eclipses também escondem a minha inteligência ou se, pelo contrário, evidenciam a falta dela...)

Sem comentários: