12 fevereiro 2015

Berlinale 2015 - Petting Zoo




Por causa de umas coisas e outras este ano despertei demasiado tarde para a Berlinale. Estava a ver que quando acabasse de estudar o programa já a Berlinale tinha chegado ao fim, mas afinal ainda consegui dar um jeito. Anteontem passei pela Haus der Berliner Festspiele, onde as filas são bem mais pequenas, e sentei-me num estrado a estudar o programa, enquanto ao meu lado uma mulher com muita experiência e uma voz enérgica dava dicas a um jovem com vontade de entrar para o lado de lá do ecrã. Quando ela começou a falar em arranjar meio milhão para um filme deixei-os em paz e fui para a fila da caixa, sempre tive um maravilhoso sentido de oportunidade.

Comecei com Petting Zoo, um primeiro filme da realizadora e da actriz, sobre gravidez de adolescentes numa cidade do Texas. A princípio pensei que seria um Juno mas com muita ansiedade, depois comecei a ficar um bocado enervada com a falta de profundidade e consistência dos personagens: àquela miúda acontece tudo, e ela continua com cara de Mona Lisa.
No final a realizadora explicou que não queria mostrar demasiado e predeterminar os sentimentos do público. Eu diria que postura zen lhe correu um bocadinho mal.
O debate com o público foi o melhor: a realizadora estava lá com os três filhos pequeninos e o cão aos saltos entre o palco e o público. Ou seja: em termos de animação e naturalidade, com este primeiro filme já mergulhei em cheio na Berlinale.




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