acordar com o "não" ligado

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Na visita matinal ao facebook dou muitas vezes comigo a não concordar. E não é com os comentários mais ou menos ideologicamente enviesados que lá encontro (esses, ça va sans dire), não, é muito pior.

Há tempos eram frases do Camus que um amigo lá deixava. Até me sentia mal, mas muitas vezes não concordava.

Ontem, uma amiga citou António Lobo Antunes: "Há só uma maneira de não sofrer: é não amar", e eu logo "oh, cala-te, homem, até parece que é melhor ser uma couve".

E hoje é o Mia Couto, no mural de outra amiga:

“De que vale ter memória
se o que eu mais vivi
foi o que nunca se passou”

Então? Vale, e muito: saiba a memória guardar sempre a exaltação do sonhar.
E também há a nossa infância: sendo sobretudo sonho, fazemos questão de lhe chamar memória, porque precisamos de a ter tido assim.

Conclusão: é bem verdade que o sono rejuvenesce. Eu, por exemplo, acordo todas as manhãs com menos meio século - outra vez na "idade do não".