26 junho 2014

e ao fim de 30 dias...

Faz hoje um mes que mudamos de casa. A casa nova quase que ja se pode ver, eu é que nem por isso: tenho o corpo como se tivesse andado na violencia domestica (e andei: levei muita tareia das malditas caixas) (o pior era quando me vestia de senhora e ia à Embaixada ou assim reunir com pessoas importantes, e me sentava como uma enfezadinha so para conseguir tapar as nodoas negras nas pernas e nos bracos nus) (que aqui tem feito calor). Hoje levantei-me às cinco da manhä para fazer a mala, e arrumar uns papéis, e passar uma roupinha a ferro, e mais uma coisinha ou outra, e depois de muita confusäo e muito stress la me larguei ao caminho: férias em Portugal - e como preciso delas! No taxi para o aeroporto, toca o telefone. O Matthias a perguntar o que se ha-de fazer com os homens que väo entrar em casa na ausencia dele para fazer uns arranjos no chäo, e o Fox histerico a pensar que querem assaltar a casa. Telefonei ao homem a sugerir-lhe que se mostre muito amigo do cäo feroz ("é assim como um chiuhaua, näo é?", lembrava-se ele), e o encha de festas, e assim (espero que nenhum ladräo leia esta mensagem - quem é que se lembra de dizer o "abre-te Sésamo" no blogue? por este andar, daqui a nada digo-vos o PIN da conta bancaria...). Cheguei a boas horas ao aeroporto, mas o check in tinha acabado de fechar: entravam em greve naquele preciso momento. Dai a bocadinho veio a chefe, que nos arranjou uma solucäo de urgencia. A fura-greves era simpatica e estava a resolver-me um problema, mas fiquei a pensar que ela näo devia estar ali a resolver problemas a ninguem. Väo substituir o pessoal de terra por empregados mais baratos. Bem sei que passo horas a tentar encontrar os voos mais baratos, ainda ontem descobri que o lastminute.com tem voos 100 euros mais baratos que os outros e fiquei toda contente, mas depois dizem-me estas coisas e encho-me de vergonha. A minha vida é uma permanente quadratura do circulo ideologico: quero salarios bons para todos, mas escolho fazer consumos pelo valor do trabalho do terceiro mundo. Tambem é verdade que se voasse com bilhetes caros näo podia viajar tanto, e a economia dos aeroportos entrava em recessäo, e zimbas na mesma: la baixavam eles os salarios do pessoal. Que fazer, entäo? Em todo o caso: resolveram-me o problema. Depois de passar o ultimo controle, ja a meia duzia de metros do aviäo, ocorreu-me que näo tinha desligado o ferro de passar. Telefonei ao Matthias, que ia a caminho de um ensaio geral importante e voltou para casa a pedalar a toda a brida.
Parece que a casa ainda continua la. Era chato arder logo agora que ja estava quase habitavel. Também näo ligaram de um hospital qualquer a dizer que o carpinteiro ficou desfeito em bocadinhos pelo nosso Fox de guarda. De momento estou no aeroporto de Zurique à espera do aviäo, e descobri que däo uma hora de internet gratis às pessoas. As férias podem comecar - e bem preciso delas!

4 comentários:

Conde de Oeiras e Mq de Pombal disse...

Ok, boas férias! E bem-vinda a Portugal...

Gi disse...

Boas férias! E se te apetecer variar das brumas nortenhas e vir até à mourama, diz! Gostaria muito de te ver e até posso tentar falar um bocadinho alemão com o Joachim, que as lições hão-de servir para alguma coisa.

snowgaze disse...

:-)
Boas férias, bem as mereces. :)

Anónimo disse...

Boas Férias e muito ohmmmmmm