16 maio 2014

os concertos mais esperados


Esta semana estão cá os amigos americanos que nos costumam vir acelerar o ritmo da vida cultural, já de si bastante vivaço. Trocando por miúdos: um concerto de dois em dois dias - e só não é mais porque daqui a 10 dias estamos a mudar de casa, e uma pessoa não é de ferro.

O primeiro concerto foi o mais esperado, literalmente: comprei os bilhetes em 2012, pensando que era para Maio de 2013. Chegou Maio de 2013, e vi que afinal eram para Maio de 2014. Pat Metheney, no Tempodrom. A sala não encheu muito, e no final o público aplaudiu com muito menos endurance que os velhinhos da Filarmonia. Esta gente jovem, esta gente jovem...
Já passava das dez e meia da noite, e as pessoas começaram logo a sair. Coitado do Pat Metheney e da sua banda: tiveram de se despachar a vir ao palco para os encores (fizeram quatro), porque corriam o risco de chegarem lá e darem com a sala vazia.
Foi um bom concerto, se querem saber a minha opinião, embora eu prefira as músicas mais calmas do Pat Metheney e eles tenham feito questão de encher o público de energia. Um público ingrato, valha a verdade, que não retribuiu essa energia em palmas. Tivesse ele feito o concerto só com as músicas que me agradam, e ia ver o que é gratidão!

O segundo foi Castor et Pollux, uma ópera de Rameau, na Komische Oper. Decididamente, ópera não é o meu caso. No fim, segredei ao Joachim que não devíamos aplaudir com muito entusiasmo, não fosse dar-se o caso de eles voltarem a cantar tudo outra vez.
Os nossos amigos estavam deslumbrados. Que adoraram cada segundo da música, que o fagote era excepcional, que todos os músicos tinham estado muito bem, que no fim só lhes apetecia ouvir tudo mais uma vez. Nós ouvíamo-los, muito caladinhos.

O terceiro é amanhã, e ando há meses a sonhar com ele: Dido e Eneias, de Purcell, com coreografia de Sasha Waltz.





Uma óptima distracção para os problemas que a casa tem dado, para as caixas que ando a encher, para o quebra-cabeças que é a cozinha fantástica-maravilhosa que virá de Portugal, e mais duas ou três coisinhas super urgentes e super importantes que tenho andado a fazer.


2 comentários:

Gi disse...

Este mês é de obras em casa também para mim.
Acho graça à cozinha fantástica-maravilhosa que virá de Portugal, porque aqui o normal seria vir da Alemanha.
Ou da Itália, vamos.

jcd disse...

Espero que tenha gostado. Gosto muito de Purcell e vi essa produção em Março de 2007 no CCB (num tempo em que o CCB tinha outros cartaz) e achei um pouco confuso. Lembro-me que escrevi sobre isso na altura.
Boa sorte com a mudança de casa.
Joana