14 janeiro 2014

para o almoço: Haydn e Ravel

Terça-feira, dia de Lunchkonzert na Filarmonia. Estava a trabalhar na biblioteca ao lado, fiz um intervalinho à hora do almoço - como uns 1600 berlinenses e turistas, todas as semanas.

Hoje foi a vez do Philharmonia Klaviertrio Berlin, com dois músicos da Orquestra Filarmónica (violino: Philipp Bohnen; violoncelo: Nikolaus Römisch) e Kyoko Hosono ao piano.

Tocaram um trio para piano de Joseph Haydn (G-Dur Hob. XV:25) e outro de Maurice Ravel (Klaviertrio a-Moll).

Sentada no chão, bem perto do palco, ao lado das pessoas em cadeiras de rodas, durante o primeiro andamento do Haydn deixei o pensamento vaguear: como seria ouvir esta peça naqueles palácios escuros, com cabeleiras cheias de pó, no meio de gente a cheirar mal por todos os poros e roupas? Seria possível abstrair do contexto material para ouvir apenas a maravilha da música?

O segundo andamento começou então, e eu esqueci o chão frio sob o meu vestido fino, a senhora rezingona atrás de mim, o barulho das crianças ao fundo da sala, as tosses. Aqueles três, e em especial o violino, levaram-me para um lugar perfeito muito longe dali.

Voltei à terra com o terceiro andamento. Os músicos estavam a divertir-se imenso com a música, e contagiavam o público.




1. Andante
2. Poco Adagio. Cantabile
3. Rondo all'Ongarese. Presto


O Maurice Ravel também foi muito bem interpretado, mas desta vez foi-me difícil acompanhar a passagem para outro século e estilo. Já tinha ganho o dia com o Haydn, e em especial com aquele segundo andamento.



1. Modéré
2. Pantoum. Assez vif
3. Passacaille. Tres large - (attaca:).
4. Finale. Animé.

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