23 fevereiro 2013

é este o famoso Pacheco Pereira, tão citado pelos desolados da esquerda?




Neste segmento da Quadratura do Círculo, a propósito da manifestação contra o Miguel Relvas na Universidade, Pacheco Pereira acusa o Miguel Relvas de cobardia: "A obrigação do ministro é dirigir-se a quem preside à sessão e perguntar: meus senhores, então como é?"

Durante o primeiro minuto do vídeo da TVI vê-se que o Miguel Relvas aguenta estoicamente a manifestação. A seguir, as pessoas da organização vêm ter com ele e dizem-lhe que o melhor é abandonar a sala. Então ele não fez o que o Pacheco Pereira entende que devia ter feito? Porque é que lhe chama cobarde?
[Adenda: dizem-me que as pessoas da organização, na pessoa do J. A. Carvalho, já vieram publicamente esclarecer que deixar a sessão foi decisão unilateral de Relvas. Não é bem isso que vejo neste filme, mas, a ser como o J. A. Carvalho diz, retiro esta parte da crítica.]





Mais grave ainda: quando António Costa critica este "combate político fora do quadro democrático", Pacheco Pereira não responde com contra-argumentos (e todos sabemos que os há, e de muita qualidade), mas corta-lhe a palavra com um pérfido "Você quer mesmo, mesmo, chegar a Primeiro-Ministro. Eu compreendo..."

Caro Pacheco Pereira, não sei quais são os seus objectivos, não sei se esta sua maneira de estar no debate público é incapacidade de fazer melhor, ou estratégia, mas uma coisa é certa: não é assim que se serve a Democracia.

8 comentários:

Interessada disse...

De que Pacheco Pereira estamos a falar?
O homem é um caleidoscópio :)

Helena Araújo disse...

:D

(nem sei porque é que me estou a rir...)

Rita Maria disse...

Não contribuirá enormemente para a elevação do nível da discussão, é bem possível, mas é, embora tenha percebido que não concordas, uma resposta brilhante a por a boçalidade dessa posição de António Costa no devido lugar. Lino teu post há várias horas e ainda agora estou com um sorriso.

Helena Araújo disse...

Rita,
Penso que não é assim que se debatem ideias. Há muitas maneiras inteligentes de rebater a posição do António Costa, e em nenhuma delas é preciso sequer chamar-lhe boçal, quanto mais vir com insinuações de que esta sua opinião não merece ser discutida porque nem chega a ser uma ideia, é apenas algo que serve uma estratégia de poder pessoal.
Isto é um "o que tu queres sei eu" - num debate de ideias, é lamentável.

sem-se-ver disse...

não, não é, e tanto foi certeira que o costa desmanchou-se num sorriso de quem tinha sido apanhado.

repara, helena, a preocupação do ps tem sido - contrariamente ao que o psd fez consigo, qd estava o socrates ainda no poder -, acautelar que o descrédito do governo não se estenda a todos os políticos (o que é tonto, pois ele já existe, e há muito). ora, se no plano dos princípios e valores EM ABSTRACTO que devem reger o nosso comportamento com os políticos este tipo de contestação possa parecer excessiva, no caso CONCRETO deste ministro não o é. pois excessivo, e desrespeitador, e infame, e indigno, é este sujeito manter-se, e ser mantido, no poder.

por outro lado, interrompê-lo com cantorias ou slogans ou gritos de 'gatuno' é leve, MUITO LEVE, reacção a este ministro, a este governo e a estas políticas. ou será que tem de vir a srª vice-presidente de não sei quê lá de fora explicar o óbvio 'feliz do povo em que a contestação se expressa por cantar uma canção e não com violência nas ruas'?

miguel relvas foi cobarde, sim. devia ter-se mantido na sala, sim. a organização que tratasse de resolver o problema, sim. e, já agora, ele que mude de seguranças, que iam tão incompetetenmente preparados que levaram o minitsro, por duas vezes (!), para um beco sem saída naqueles corredores. imagina que nós (eles) não eramos pacíficos portugueses, e vislumbra a desgraça que ali podia ter acontecido.

por último: o ministro não merece NADA. NENHUM respeito, NENHUMA comiseração. QUE SE DEMITA! se não tem vergonha na cara talvez assim a comece a sentir.

e bom domingo :)

Helena Araújo disse...

sem-se-ver,

O Costa desmanchou-se num sorriso. Se fosse eu, respondia ao Pacheco Pereira: mas você não quer, não é? Compreendo: é muito mais fácil ficar de fora a observar a implosão da Democracia e a escrever textos brilhantes do género "eu bem vos dizia".
(...por estas e por outras é que nunca me deixarão mandar)

Vês como respondes bem ao António Costa sem teres de lhe dizer "o que tu queres sei eu"?
Agora eu digo que concordo com a tua posição, e vou mais longe: não cabe ao PS vir agora criticar estas manifestações. O PS, como maior partido da oposição, se se preocupa com o estado da nossa Democracia tem obrigação de ser incansável a criticar esta situação, e lutar com toda a força para manter a ordem democrática. Isto (ou outros argumentos do género) é o que o Pacheco Pereira devia ter respondido ao António Costa.
E gostava muito de ter ouvido a resposta deste.
Vês como a nossa maneira de debater é muito mais proveitosa que aquele "o que tu queres sei eu"?

sem-se-ver disse...

ora, claro: somos nós :))

Helena Araújo disse...

:)