09 fevereiro 2013

Annette Schavan já não é ministra - inúmeros alemães estão inconsoláveis


A 5 de Fevereiro a Universidade anunciou a intenção de retirar o título académico à ministra da Educação. Esta estava em viagem à África do Sul. O assunto foi adiado até sexta-feira, dia 8, data em que regressaria a Berlim e falaria com a chanceler. Hoje, dia 9 de Fevereiro, demitiu-se.

Ora bem: isto não se faz ao povo alemão!
O Carnaval está aí à porta, os carros dos cortejos já estão preparados, idem para as máscaras e os textos da paródia.
Não podiam ter esperado ao menos até quarta-feira de cinzas? Tinham mesmo de resolver a questão em quatro dias, era assim tão impensável esperar uma semanita?

(foto)

ADENDA: Compare-se a entrada "Annette Schavan" na wikipedia em português e em alemão. É extraordinário.

2 comentários:

jj.amarante disse...

Levei o seu exercício de comparação das versões da Wikipédia um pouco mais longe e fui ver todas as outras línguas, incluindo o árabe, o esperanto e o latim. Constatei que, à parte a versão francesa que contém um pouco menos de informação do que a alemã, todas as outras se limitam praticamente a dizer que foi demitida por a Universidade lhe ter retirado o grau de doutora. Esta diversidade, que poderá parecer anómala à primeira vista, traduz contudo as diversas perspectivas de cada sociedade (enfim, as perspectivas mais comuns ou dominantes nos escritores de wikis dessa língua). Eu próprio, embora tenha achado interessantes as suas considerações sobre o debate em curso na Alemanha, considero como facto principal que na Alemanha estes tropeções levam à demissão. Em Portugal ainda temos que aturar o Relvas. Agora a despropósito, ou nem por isso: a Alemanha está a correr um grande risco moral ao ter tido o maior superavit da balança comercial desde 1950. A Helena poderia sugerir à Merkel para ela reler o seu Kant, mais o tal de imperativo categórico, imaginando se achava que seria viável a existência dum mundo em que todos os países exportassem mais do que importassem. Não só seria difícil como mesmo impossível. É indispensável que a Alemanha equilibre a sua balança comercial, não podem continuar sempre a produzir mais do que consomem!

Helena Araújo disse...

jj. amarante,
a versão inglesa também tem preocupações de informar sobre outras facetas da senhora - nomeadamente as positivas.
Sim, na Alemanha coisas destas têm consequências imediatas.
Quanto à balança comercial: eles sabem. Penso que o próprio Parlamento já discutiu isso há anos.