08 julho 2012

correio das ilhas III (13)

Mais fotos, meninas?
- Mais fotos.

De momento, estamos aqui:


Ontem, um pouco antes do almoço, o Joachim saiu com alguns dos amigos em passeio pela quinta, e desta vez levou a máquina fotográfica. Eu fiquei com outros a tratar do almoço. Antes disso também tinha subido por esses carreiros para ir às alfaces e às groselhas para a salada. No caminho havia uma cerejeira toda oferecida, com frutos enormes. Ora bem: não é boa ideia ir às cerejas com um vestido relativamente curto. Mas, felizmente, por causa da desertificação do interior não havia ninguém a ver as tristes figuras que fiz no meio da paisagem.
(As cerejas estavam deliciosas, as ameixas bravas também)





 

Ontem, ao fim da tarde, fomos a Penedono. De novo uma luz fantástica, de novo nós sem máquina fotográfica, de novo eu a disparar o telemóvel quase sem pensar, a 70 km/h na estrada - mas desta vez não vos revelarei os resultados.

O castelo de Penedono exerce sobre mim um extraordinário fascínio. Quanto daquelas ameias será Estado Novo? Olhei as pedras com vagar, e pareciam todas do mesmo século.

Havia feira medieval, com uma animação como nunca vi. As ruas estavam cheias de actores da região, desempenhando o seu papel com jeito e humor. Comemos sopa da pedra e pão com chouriço a sair do forno (desde que o Matthias disse que é um disparate querer fazer dieta em Portugal, decidi aceitar o meu destino, e trato de comer o que aparece e apetece), e bebemos ginjinha de Óbidos em copos de chocolate. Iam assaltar o castelo às onze da noite, mas como nós somos da paz e do amor fomo-nos embora antes de abrirem as hostilidades - estava demasiado frio para a nossa roupa de Verão.
Verão? Não quero parecer mal-agradecida, mas este é o segundo ano em que me pergunto como é que costumava ser o Verão em Portugal.


 





Há bocadinho almoçámos picanha de churrasco debaixo desta ramada onde no ano passado traduzi algumas páginas do Tralalá, e agora estamos todos por aqui a jiboiar. Consta que estamos de férias.


Amanhã vamos visitar algumas quintas, ver as possibilidades de no próximo ano se organizar por aqui uma série de concertos "jazz na quinta". E talvez eu vá até ao fim da linha do Douro explorar um restaurante que lá há (diz que tem peixinhos do rio fantásticos, mas pergunto-me se isso não é um caso de infanticídio e se não vou arranjar problemas com a Quercus), para mostrar à família Kaminer no ano que vem. Aliás, a frase "tenho de mostrar isto aos Kaminer" tem-se ouvido muito por cá.

4 comentários:

Carla R. disse...

Olá Helena,
Que bons ler estes postais, que feliz pareces ! Quero que saibas que têm também uma função importante nas minhas férias : Tenho estado tão bem em Lisboa, a dizer todos os dias que é a cidade mais bela do mundo, que estou a ter alguma dificuldade em sair daqui. Ainda bem que nos envias estes postais a dizer que existe outro mundo em Portugal, para além da mesa da minha mãe, senão não sei se arranjaria coragem para rumar ao Norte como tinha planeado antes de cá chegar. Olha, lá vou eu ter que te dizer obrigada mais uma vez. Desculpa lá.

Helena Araújo disse...

de nada, de nada...
:)
Mas olha que a feira medieval em Penedono era só agora.

Paulo disse...

"Quanto daquelas ameias...?"
-Em calhando, todas elas, que agora já não se fazem assim.

Helena Araújo disse...

Sim, as ameias do séc.XXI são bem diferentes das do séc. XX...

;-)