15 maio 2012

top two



A tinta-da-china (um dia destes hei-de decidir como escrever isto: Tinta-da-China, Tinta-da-china, tinta-da-china - mas hoje é demasiado cedo para tomar decisões para todo o meu futuro) tem  no facebook um top ten dos títulos mais vendidos na Feira do Livro. Viagem a Tralalá vem em segundo lugar, a seguir a O Retorno.

Mesmo antes de saber isso, quis apostar com a equipa da editora que a primeira edição esgotava em menos de um mês. Infelizmente eles não são parvos, e não apostaram.  Triste vida, ainda não foi desta que enriqueci sem esforço.

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É surpreendente a quantidade e diversidade de pessoas que me falam do Wladimir Kaminer. Há tempos, num intervalo de um ensaio geral de Música Antiga na Konzerthaus, uma senhora já de certa idade contou-me que ofereceu o livro Russendisko a quase todos os seus amigos. E vai a Portugal com ele? que grande sorte!, dizia ela com um sorriso sonhador. Também os mais novos, os amigos dos meus filhos, se interessam e querem saber como foi. Por estes dias, parece que todos os caminhos vão dar ao Kaminer.   

Aqui em Berlim, as pessoas que não me conhecem bem vão-me pondo alguma etiqueta que me diferencie das outras que também conhecem mal. "Kaminer" é uma delas. "Blogue" é outra (ouço-as dizer "ela tem um blogue" como se eu fosse poderoooosa). "Taizé" é a terceira. Porque a seguir ao Natal tivemos oito participantes do encontro de Taizé a dormir na nossa casa, e veio cá a televisão e o Tageszeitung, ficamos a ser conhecidos por - parece-me - quase todos os berlinenses. Nos sítios mais díspares apresentam-me como "sabes? aquela que teve oito portugueses em casa, durante o encontro de Taizé, até te mandei o artigo de jornal". Sim, parece que toda a gente leu o artigo, e gostou. Cinco meses depois, a chefe da pequena cantina onde o Joachim almoça ainda abre um sorriso enorme quando o vê, chama-lhe "pai do albergue" e avia-lhe o prato melhor que aos outros. O artigo, curiosamente, começava a falar do Tralalá: Helena Araújo devia estar sentada em frente ao computador. O prazo para entrega da tradução que tem em mãos está a chegar ao fim. Mas, em vez disso, ao meio-dia desta quarta-feira está na cozinha em frente a uma panela enorme com água, para fazer spaghetti. Na sala de jantar há oito convidados esfomeados, que chegaram às seis da manhã num autocarro vindo de Portugal. (aqui)

Kaminer, blogue, Taizé. Se as pessoas soubessem como sou muito menos que essas etiquetas em que me arrumam, e muito mais...

8 comentários:

Maria Bê disse...

Helena,
(hoje acordei assim melosa, mil desculpas, talvez isto ainda seja um restinho de Domingo)
Tu és tão fixe...
Um sorriso!

Helena Araújo disse...

Maria Bê,
olha, para ti: :]

(e dos enormes!)

Helena Araújo disse...

- devia ter arranjado melhor maneira de separar os dois pontos do sorriso, por isso repito-o:

:]

mdsol disse...

Muito menos e muito mais, muito mais. As etiquetas são só um modo expedito de nos situarem no mundo. É tão pedagógica esta maneira de aceitar as etiquetas sem as absolutizar! Fossem as circunstâncias outras e esse sorriso havia de rasgar etiquetas por outros lados. As etiquetas seriam outras, mas o sorriso estaria sempre lá!

:)))

Helena Araújo disse...

mdsol,
Vocês hoje só me fazem sorrir, mesmo.

Interessada disse...

Maria Bê

Eu confirmo :)

Helena Araújo disse...

O que é que a Interessada sabe que eu não sei?
;-)

António P. disse...

Boa noite Helena,
...e as vendas vão continuar a subir.
Acabei de ver o Wladimir na "Câmara clara". Curto mas eficaz.
Sincères salutations ) a Sra. Merkel já começou a aprender francês?=