16 maio 2012

depois do jogo é antes do jogo


O meu "projecto Kaminer" está quase a chegar ao fim. Por estes dias sairão os posts sobre as viagens venturosas. Se os encontrar, ponho aqui links para as entrevistas ao Sol, à Time Out e ao Público. Não as percam - sobretudo a do Público: o José Riço Direitinho é daqueles jornalistas que se nota à vista desarmada que já tem muitos anos de virar estes frangos, e com que mestria os vira!
E então adieu, fim do jogo.

Depois do jogo é antes do jogo: começa a ser tempo de me atirar de cabeça ao novo projecto que tenho já há meses na linha de montagem. Tem a ver com um filme, e mais uma vez me dou conta da sorte que é morar em Berlim e ter uma biblioteca fantástica como a Staatsbibliothek zu Berlin. O tema não é propriamente dos mais falados nos nossos dias, mas numa primeira abordagem encontrei mais de 150 títulos (vá, metade deles era em russo e turco, não conta).
Ontem peguei no meu primeiro monte, dez livros, e sentei-me em frente à janela enorme virada para a praça do Kulturforum. Lá fora o sol misturava-se ao tenro verde das árvores (também esta), fazendo fascinantes efeitos de luz contra o azul chumbo das nuvens (bem sei que se diz "plúmbeo azul", mas hoje não é domingo). Esta cidade não tem paisagens de beleza perfeita como, por exemplo, quando se atravessa o tabuleiro superior da ponte D. Luís, da Gaia para o Porto, mas uma pessoa não tem de ser picuinhas, e bem se pode dar por feliz com estas folhas transparentes de sol, e com a coincidência de estar a trabalhar para um filme na mesma sala onde Wim Wenders fez algumas cenas de As Asas do Desejo.


4 comentários:

Lutz disse...

Que bom rever um local de trabalho meu quando era estudante. E que coincidência que referi este como exemplo para contrariar a pouca conta em que o Kaminer tem a arquitectura moderna.

Helena Araújo disse...

O teu filho falou-me dessa biblioteca onde estudaste com tal fervor que parecia que era um lugar mítico da sua própria história.
É giro ver estas sementes que deixamos nos filhos.

Ontem estive na Konzerthaus, e senti tanto a diferença para a Filarmonia! Viva a arquitectura moderna!

Carla R. disse...

Pareça a graxa que pareça, mas a verdade é que és uma grande inspiração. Se podemos ser tudo, porquê contentarmo-nos com menos ?

(Só conhecia esta biblioteca a preto e branco.Mais uma razão para voltar.)

Helena Araújo disse...

:D
Se podemos correr atrás de tudo, porquê contentarmo-nos com o sofá?
;-)