19 maio 2012

"coiso"



Está tudo louco, ou quê?
O país está a desabar (bom, isto é especialidade nossa: muito depois de ter batido no fundo, continuamos a desabar aparatosamente) e nós entretemo-nos a rir por causa de um "coiso" que escapou a um ministro?

Quem nunca teve um lapso desses em público, atire a primeira pedra.


Quanto aos outros: era mais construtivo concentrarmo-nos no debate sério e exigente sobre o que está a acontecer no país. De tanto transformarmos os nossos políticos (todos os nossos políticos) em anedotas ambulantes, perdemos as referências democráticas. Alguém se dará ao trabalho de pedir contas a um fantoche?

Talvez tenha começado antes, não sei dizer, mas parece-me que a época em que o Santana Lopes foi primeiro-ministro inaugurou uma nova era no debate político, introduzindo o escárnio automático. Pode ser divertido, e até se pode pensar que o ridículo mata, mas esta nossa tendência de olhar para os políticos como se fossem palhaços acrescenta-lhes impunidade a cada nova gargalhada. O ridículo está a matar, antes de mais, a democracia.

4 comentários:

mdsol disse...

Por aqui há "sagesse" a rodos. :)))

Paulo disse...

Começou antes, sim, Helena. Essa nova era do debate político começou quando Santana Lopes era coiso da Cultura.

Helena Araújo disse...

Pois é pena. Cada vez me parece mais que o humor permite transformar em suportável aquilo que devia ser um escândalo.

Paulo disse...

Tens razão. Não devia ser assim. No entantomente, não conseguimos ainda substituir os desgovernos, nem mesmo este povo, por outros melhores.