11 fevereiro 2012

Outubro

A Berlinale abriu na quinta-feira passada, mas a nossa começou ontem com o filme Outubro, de Eisenstein, no Friedrichstadtpalast. Mostraram o filme original, de 1928: um estúdio de Munique trabalhou durante anos na re-correcção da História, incluindo as partes onde Trotski aparecia, e que tinham sido cortadas naquele período em que os estalinistas escreviam a História à tesourada. (Bem, se fosse só à tesourada...)

Berlinale oblige, claro: o filme foi acompanhado pela Rundfunk-Sinfonieorchester tocando ao vivo e com brilho a música original.


À saída fui entrevistada por uma câmara da Arte. Fiz um brilhante resumo do que os meus amigos tinham acabado de comentar à saída da sala (moderno, excepcional montagem, o modo extraordinário como em certas partes a música sublinha as cenas, algumas cenas inesquecíveis, a linguagem corporal do maestro, etc. e terminei com "a sala completamente cheia de um público entusiasmado, mas isso, já se sabe, é Berlim"). 
Que seria de mim sem os meus amigos: ia ficar ali a gaguejar perante a câmara de televisão, e em vez disso não me saí nada mal. Deus mos conserve, estes meus amigos: por este andar, ainda me arrisco a um lugar importante de crítica do cinema... (hehehe) (hihihi)



O filme que se segue é uma versão anterior a esta que foi apresentada ontem.


1 comentário:

Teresa disse...

Meu Deus, Helena, por este andar acabas por te transformar numa das musas de Berlim!
(as féxionistas chamam-lhes "it girls").
No dia em que eu te vira nas páginas da iHola! vou sorrir triunfante, assim como quem diz "eu previ isto!" :)))))